Buenas, pessoal! Thor 2: Mundo Sombrio estreou adiantado aqui no Brasil, mas assisti somente no sábado e tenho boas notícias para quem estava indeciso em ir no cinema. A nova produção do universo Marvel é um baita filme de entretenimento, com efeitos especiais bons como poucas vezes eu já vi, além de render momentos impagavelmente engraçados. A única coisa que continua dispensável na história é a Jane Foster da Natalie Portman, mas até mesmo seu personagem ficou mais convincente na sequência. Vale a pena assistir, nem que seja só para rever o Loki ou descobrir duas cenas pós-créditos. Agora vamos ver um pouco mais sobre o novo filme:
CONTÉM SPOILERS
O primeiro filme tinha que conseguir adaptar um personagem que misturava o mitológico com as histórias em quadrinhos numa época em que os super-heróis estavam mais realistas no cinema para cativar um publico maior. Se já não bastasse isso, Thor também deveria se alinhar com o arco de filmes que precedia os Vingadores (2012). Com as dificuldades de qualquer adaptação e a pressão de Vingadores, Thor (2011) conseguiu tornar a existência de “deuses” plausível no universo Marvel do cinema com algumas breves justificativas no filme e representar diversos cenários e personagens esteticamente complexos de uma forma inteligente, misturando mitologia e tecnologia, no entanto o exagero do romance meio sem justificativa entre Thor e Jane Foster acabou por ajudar a superficializar o personagem principal e parte de sua causa, deixando para Tom Hiddleston roubar a cena com a interpretação de Loki. A produção desagradou boa parte do publico e crítica, que acabou desbancando equivocadamente Kenneth Branagh da direção da sequência.
Na mini-série de quadrinhos inspirada nos filmes, Dark World Prelude, temos a explicação dos eventos ocorridos entre o primeiro Thor e Vingadores. Algumas delas são que Thor consegue voltar para a Terra depois de ter destruído a ponte no seu filme por que Odin usa magia negra para transportá-lo, no entanto enquanto Asgard estava desliga dos outros reinos, eles ficaram vulneráveis sendo atacados por invasores. Com o retorno de Thor com Loki após os eventos dos Vingadores, o Tesseract é usado para restaurar a ponte e reconquistar os reinos aliados. O novo filme inicia neste ponto aproveitando para explorar uma pouco mais dos outros mundos da “árvore” Iggdrasil, mas sem mostrar como a ponte Bifröst foi reconstruída, centrando-se na vingança do elfo negro Malekith.
Depois de protagonizar o vilão de dois filmes, Loki deixa o posto nas masmorras de Asgard para dar lugar a Malekith. Como todo bom antogonista, o elfo negro tem uma boa razão para se vingar do povo de Odin, no entanto mesmo o filme justificando o suficiente cada personagem, sentimos que não há um aprofundamento maior neles do que havia sido feito antes. O rancor e deslocamento de Malekith como senhor de uma raça perdida poderia ter seguido o exemplo de Zod em Homem de Aço (2013), mas a problematização dramática do enredo deu lugar a uma exploração exagerada do humor em situações que nem sempre eram realmente cômicas, o que também não comprometeu o filme e rendeu a impagável cena do Capitão América.
A tão esperada parceria entre Loki e Thor corresponde as expectativas ao mesmo tempo que nos perguntamos se não estão só repetindo a formula anterior, mas o fato é que a relação entre os personagens nos quadrinhos também está sempre a ponto de virar uma grande amizade ou traição pela própria causa, como Xavier e Magneto. A briga dissimulada entre os dois personagens surpreende o espectador culminando numa suposta morte de Loki que outra vez nos deixa indeciso sobre sua índole, pois ao mesmo tempo que parece gostar genuinamente de seu irmão, ele não pensa duas vezes em passar a perna para avançar em seus objetivos, mas como podemos deduzir, o filho bastardo de Odin age assim pela sua própria natureza como se já fosse um jogo, quando na verdade o objetivo final não o que ele realmente quer. O final misterioso em que Loki aparece se passando por Odin deixa aberta a possibilidade para a exploração de Loki como rei de Asgard e seus conflitos em tornar-se um agente da ordem ao invés do caos, como aconteceu na mini-série em quadrinhos Loki. A morte da mãe asgardiana é outro grande momento da história em que nos surpreendemos com sua habilidade de luta e nos encantamos com o funeral típico dos Vikings.
Além da fotografia espetacular, a construção computadorizada dos outros mundos em Thor 2 é impecável, mas é durante a batalha final que temos a consagração de Alan Taylor na direção. Numa cena em que temos um fluxo rápido entre vários cenários e sua conexão é incrível como o filme não se perde em momento nenhum e mesmo com aquele final quase clichê dos filmes americanos em que o vilão morre pela sua própria criação, temos um bom filme para assistir no fim de semana e discutir a cenas pós-créditos depois.
A cena pós-crédito de Vingadores em 2012 deixou todos certos de que o titã Thanos seria o vilão da sequência do maior blockbuster da Marvel, mas assim que saiu o teaser de Vingadores: A Era de Ultron todos se perguntaram para onde aquela ideia tinha ido. Curiosamente temos outra referência a Thanos na primeira cena pós-crédito de Thor 2, em que as gemas do infinito são citadas, ao invés de termos alguma notícia de Ultron. O diretor Joss Whedon explicou que o Thanos nunca foi o vilão planejado para a sequência, mas sua presença na história continuará a ser citada ao longo dos filmes para um “grand finale”, pois ele não é o tipo do personagem que se vence com pancadaria, afinal ele é um titã. A segunda cena pós-crédito de Thor retornando para ver (ou viver) como Jane Foster é tão previsível que não precisava ter sido feita, mas convenhamos que ninguém cansa de ver sequências do universos Marvel, seja antes ou depois dos créditos.
Felipe Essy
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Muito boa a contextualização especializada. Fiquei com vontade de conferir a mega produção.
ResponderExcluirValeu, Antônio! Eu já havia gostado do primeiro filme, apesar do que deixou a desejar, mas essa sequência é realmente muito boa, vale o ingresso e a pipoca. Um abração ;)
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