sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

A História de Um Disco Viajante


    Ouvindo o carteiro na frente de casa, fui até a janela e recebi esse pacote amarelo cheio de selos e carimbos de Pernambuco. Nele, estava meu exemplar do disco Telemática que veio com uma história para contar.

    No fim do ano passado, eu descobri o músico China por acaso e me encantei pelo seu som urbano com um toque retro, sofisticado por questionamentos sobre o mundo sem esquecer os devaneios do coração. Ele estava preparando o lançamento do seu quarto disco e anunciou que os cem primeiros exemplares vendidos seriam autografados. Somado ao preço modesto, a proposta era irrecusável, principalmente se tratando de um disco tão bom quanto Telemática. Fiz minha encomenda e fiquei à espera do meu, mas tive uma notícia inesperada:

   China transportava uma caixa com 200 exemplares de seu novo álbum em um voo da TAM, mas quando recebeu seus pertences de volta, notou que várias capas de CDs estavam trincadas ou arranhadas. O músico também notou a falta de sete exemplares. Além de adesivar a caixa com um aviso de "frágil", China havia pagado pelo excesso de bagagem. Ele relatou que um funcionário da TAM teria se recusado a fazer uma ocorrência e o mandou se dirigir a central de atendimento. Ligando para a companhia, lhe disseram que não se responsabilizavam pelas bagagens dos passageiros. Além da indiferença da companhia, China lamentou o prejuízo, pois muitos dos discos já haviam sido pagos - e alguns até autografados. A situação só pareceu se resolver com a repercussão após ele se manifestar publicamente nas redes sociais, despertando a indignação de seus fãs e colegas, o que fez a TAM finalmente procurar o músico. Toda essa confusão atrasou um pouco o envio dos discos, mas isso não desanimou China de cumprir o prometido:


    Apesar de ser apenas uma dentre várias, a dedicatória de China representa algo especial para mim: o último verso sobre a empreitada de Telemática em atravessar o país, superando os infortúnios das vias aéreas para ser ouvido do nordeste ao sul do Brasil.

Felipe Essy


Quer conhecer a música de China? Confira o clip de "Arquitetura de Vertigem" abaixo:

sábado, 3 de janeiro de 2015

A História Entre os Cinco Exércitos



    Agora que mutos já assistiram ao Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, é a hora de explorar algumas lacunas e entender melhor por que algumas coisas mudaram no filme. O texto a seguir está repleto de revelações do enredo, então considere-se avisado.


O PODER DE GALADRIEL


     Enquanto os anões se debatem e exércitos avançam, Galadriel adentra Dol Guldur e confronta Sauron para resgatar Gandalf, mas a cena parece extrapolar um pouco os limites do personagem. Alguns elfos possuem naturalmente dons que nós chamaríamos de “mágica”, mas que não são nada surpreendentes entre eles. Essas habilidades especiais normalmente são apenas uma percepção sensível. No caso de Galadriel, ela é capaz de vislumbrar o futuro – ou probabilidades dele – e ler pensamentos de outras pessoas, mas nada que possa ser usado como uma arma para atacar, embora essas duas habilidades em si possam ser perturbadoras para alguns membros da sociedade do anel. O que poderia realmente conferir à Galadriel a capacidade de rechaçar o Senhor do Escuro é o Nenya, um dos três grandes anéis do poder.

      Assim como os outros anéis, o Nenya é capaz de apenas preservar e proteger o que é determinado por seu portador. Dessa forma Galadriel mantém Lothlórien oculta e imune da ação do tempo, mas nenhum deles pode ser utilizado como uma arma, pois foi Sauron quem ensinou os elfos a como forjá-los e jamais teria dado tal conhecimento contra seus próprios interesses, pois ele desejava controlar os portadores. No entanto percebemos que Galadriel não teme essa influência na cena de A Batalha dos Cinco Exércitos. Isso se dá pelo fato de que seu anel foi um dos três únicos a serem criados escondidos de Sauron e assim Galadriel é capaz de utilizá-lo para se proteger do próprio Senhor do Escurdo, como protege suas terras, mas não pode lhe causar nenhum dano, mas não se engane: Essa não foi a única vez que a rainha de Lórien entrou em uma batalha e ela era considerada fisicamente capaz de defender a si mesma entre os elfos homens.


SARUMAN E SAURON

   Na investida contra Dol Guldur, pode parecer estranho que ninguém suspeite do posicionamento pouco ofensivo de Saruman contra Sauron, afinal ele era o mago mais poderoso da sua ordem e com conhecimentos muito além de Galadriel, mas assim como os outros magos, ele foi enviado à Terra-Média com propósitos que o impediam de enfrentar Sauron diretamente.


    Saruman era um dos Maiar, espíritos logo abaixo dos Valar que governavam a terra. Após o desaparecimento de Sauron com a perda do Um Anel, os Valar enviaram cinco Maiar sob a forma humana para socorrer os povos desolados pela sombra de Mordor, no entanto estavam proibidos de governá-los, pois eles temiam que os magos pudessem corromper-se como Sauron e transformar a Terra-Média num enorme campo de batalha pelo poder. Por isso foram proibidos de enfrentá-lo diretamente, principalmente por que eles partilham a mesma essência

   Tanto os magos quanto Sauron eram Maiar e assim como os Valar não possuíam forma física – embora pudessem adotá-la sem nela habitar. Assim, Sauron era capaz de assumir vários formas: serpentes, lobisomens e até vampiros, mas sem estar mortalmente ligado a elas (Sauron teve várias formas destruídos ao longo de sua existência). Por outro lado, Saruman e os outros magos são Maiar enviados à Terra-Média sob formas humanas e susceptíveis a todas vulnerabilidades físicas e emocionais de um corpo mortal, logo também tiveram seus poderes limitados a essas condições, as quais Sauron não estava sujeito. Sendo assim, nem Saruman ou Gandalf poderiam derrotá-lo em um confronto direto.

   Embora Saruman já estivesse aliado a Sauron durante a expedição de Bilbo, teria sido interessante explorar sua associação com senhor do escuro ao longo dos três filmes, afinal sua corrupção está intimamente ligada aos anéis do poder e o crescente poder de Sauron, mas apesar de parecer uma aliança, Saruman jamais pretendeu unir-se a Sauron, e sim usá-lo para encontrar o Um Anel e usá-lo. De fato Saruman chega a criar seu próprio anel, que amplia o poder de manipulação de sua voz, no entanto assim que os servos de Sauron trazem uma das palantiri para Mordor, Sauron a usa para influenciar e manipular Saruman que, reduzido a forma humana, foi facilmente corrompido.


LEGOLAS E A IDA A GUNDABAD


   Enquanto Saruman é pouco aproveitado como elo entre as trilogias, Legolas é explorado a exaustão, mesmo depois de protagonizar o segundo filme mais que o necessário, no entanto a sua relação com o rei Thranduil acabou mostrando-se interessante na história. O que deixou os espectadores meio perdidos foi a expedição relâmpago que Legolas e Tauriel fazem à desolada região de Gundabad, aparentemente sem importância para o enredo, já que não entendemos bem por que as tropas de Azog se encontram lá. Na verdade, Gundabad era um antigo ponto estratégico de Sauron criado especialmente para se vingar de uma antiga desavença entre ele os anões de Moria.


   Quando Sauron planejou usar os elfos para forjar os anéis do poder, ele disfarçou-se como emissário dos Valar, oferecendo seus conhecimentos a Gil-Galad, senhor de Lindon, no entanto ele não acreditou em tais ofertas. Sauron então recorreu aos elfos artíficies de Eregion, nas Montanhas Sombrias próximo à Moria. Deslumbrados com as obras que poderiam criar com os conhecimentos de Sauron, eles o acolheram sem hesitar, ajudando a forjar os anéis do poder, mas Sauron acabou se revelando com a criação do Um Anel e os elfos de Eregion descobriram seus planos. Sauron então ataca Eregion e o rei Gil-Galad envia Elrond para conduzir os exércitos de Lindon em seu auxílio, mas Eregion é devastada e Elrond foge. Sauron o teria alcançado se não fosse pelos anões de Moria, que haviam se aproximado dos elfos daquela região. Eles recuaram para Moria, deixando Sauron impotente do lado de fora dos portões. Irado, mas incapaz de invadir Moria, ele mandou orcs ocuparem o monte no extremo norte das Montanhas Sombrias, Gundabad, a espera da oportunidade.


   Após muitas tentativas fracassadas de dominar o norte, Sauron concentra suas forças em Mordor, mas muitos orcs continuam em Gundabad, dentre eles o filho de Azog que anseia por vingança contra os anões do norte, pois no livro Azog foi morto anos antes por Dáin pé-de-ferro, o primo de Thorin que o socorre na Batalha dos Cinco Exércitos. Originalmente Dáin mata Azog contra a provocação que Azog fez ao avô de Thorin: O antigo rei Thrór estava desesperado após a destruição de Erebor, então ele decidiu partir para Moria onde acreditava que poderia encontrar a salvação para sua família, no entanto os orcs o decapitaram e entregaram a cabeça de Thrór aos anões com "AZOG" inscrito em sua testa, junto com algumas moedas enquanto o chamavam de mendigo. Os anões planejam sua resposta durante sete anos e vários clãs se unem em um grande ataque que varreu as Montanhas Sombrias em busca de Azog. Quando as tropas lideradas por Thráin, filho de Thrór, chega a Moria, ele descobre que Azog também os esperava com um exército. Os anões começavam a ficar em desvantagem quando chegam os reforços das Colinas de Ferro e retribuem a gentileza de Azog, cravando sua cabeça numa estaca com um saco de moedas em sua boca. 


A PEDRA ARKEN E O COLAR DE THRANDUIL


    Quando a famigerada batalha começa a se formar, a Pedra Arken volta a protagonizar a história. Apesar da aparência quase espacial, não há nada de sobrenatural nela, a não ser a crença dos ancestrais de Thorin de que a presença da pedra nos salões estava ligada à glória do reino de Erebor. Peter Jackson preferiu explorar um aspecto mais místico da pedra Arken, já que ela estava fortemente vinculada à ambição de Thorin, mas uma parte tão importante da trama acabou simplesmente esquecida no final do filme. Não vemos mais depois de Bard guardá-la sob seu manto nos portões de Erebor. Os leitores também sentiram falta de um dos momentos mais emocionantes do livro, quando a pedra é depositada sobre o peito de Thorin em seu enterro. No livro é dito que seu primo Dáin se torna o rei de Erebor, trazendo muitos de seu povo aos salões sob a montanha. Uma decima quarta parte da fortuna de Erebor é dada ao povo de Bard em cumprimento ao acordo que Thorin originalmente fez (no livro) com Bard em troca da pedra Arken, mas Bard o envia ao rei da Cidade do Lago, que morre fugindo com esse tesouro – e não o dos cidadãos da Cidade do Lago, como no filme.


    Uma outra joia esquecida no filme é o colar de gemas brancas que Thranduil se refere antes de partir para Erebor. Embora esse interesse apareça pouco nas versões exibidas no cinema, o colar tem destaque em uma cena estendida de Uma Jornada Inesperada. Nela, Bilbo conta a história de Erebor, em que Thranduil visita o rei Thrór na montanha para lhe prestar homenagem quando ele lhe oferta um baú em que Thranduil vê um brilhante colar de jóias. No momento em que o rei elfo se aproxima para tocá-lo, o baú é abruptamente fechado e Thranduil retira-se ofendido. Enquanto isso, Bilbo diz: “Não se sabe como começou. Os elfos dizem que os anões o roubaram. Os anões têm outra versão, de que os elfos não pagaram o preço justo.” Essa é uma referência clara a uma joia central na origem entre a discórdia dos elfos e anões, o Nauglamir. Isso alardeou vários fãs, pois inserir esse colar no enredo de O Hobbit interfere diretamente no livro mais importante da mitologia tolkieniena, O Silmarillion. Aparentemente Peter Jackson pensou duas vezes e mudou de ideia em A Batalha dos Cinco Exércitos, transformado o Nauglamir em um simples colar feito para a mulher de Thranduil, cujo interesse é exclusivamente emocional. Ainda assim, o colar desaparece na narrativa do último filme, assim como a pedra Arken. Talvez ambos apareçam na versão estendida, mas ainda sim me parece um deslise de roteiro.

    Esse colar que teria sido da mulher de Thranduil na verdade não existe nos livros, mas outra jóia sim: Após receber uma décima quarta parte do tesouro, Bard encontra o Colar de Girion, uma bela jóia composta de quinhentas esmeraldas. Ele o da para Thranduil como retribuição pela ajuda prestada após a destruição da Cidade do Lago. Vale lembra que Giron foi o ancestral de Bard que governara Dale antes da chegada de Smaug. Bilbo também foi recompensado com dois baús de ouro - devidamente aumentados pelas lendas do Condado.


Espero que vocês tenham gostado do post, ele acabou demorando mais do que o esperado, mas acho que valeu a pena, mas o filme não é o único assunto desta postagem: Hoje seria o 122º aniversário de Tolkien se ele estivesse vivo - de dar inveja até a Bilbo, e deixo aqui um trecho de Frankenstein que me lembrou dele:

"Teria essa mente, tão permeada de ideias, maravilhosas e magníficas fantasias, que formaram um mundo, cuja existência dependia da vida de seu criador - teria essa mente perecido? Isso agora só existe na minha memória? Não, não é assim; Sua forma moldada tão divinamente, e iluminada pela beleza, tem decaído, mas seu espírito ainda visita e consola este singelo amigo."

- Mary Shelley

Parabéns, professor!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O Fracasso dos Cinco Exércitos


    Após o desfecho épico de O Retorno do Rei, houve rumores de uma adaptação de O Hobbit, mas era algo tão distante que ninguém acreditou que pudesse mesmo acontecer. Quase dez anos depois, eu vibrei assistindo ao primeiro trailer, mas o filme acabou não sendo bem o que eu esperava. Mesmo após uma sequência que me agradou menos, eu ainda acreditava que o último filme salvasse a trilogia, mas tudo acabou destruído em uma interminável Batalha dos Cinco Exércitos.

   Quem conhece os filmes que eu assisto, sabe que eu sou um espectador bem paciente, mas o último Hobbit conseguiu extrapolar todos os meus limites. Foi sem dúvida o pior filme que eu já vi na minha vida. Não como uma adaptação, nem como um sucessor de O Senhor dos Anéis, mas como um filme em si. Sequências de ação intermináveis, justapostas por diálogos fracos que não adicionavam nada a história, a não ser novas batalhas que pareciam mais uma exibição de malabaristas. Sinceramente, eu não teria reconhecido a direção de Peter Jackson se o crédito não estivesse estampado na tela, e o que era para ser uma prequela de um dos filmes mais marcantes do cinema se transformou em algo completamente irreconhecível.


    A trilogia original desafiou os parâmetros tradicionais de Hollywood, narrando uma história complexa em um mundo fantástico sob uma perspectiva séria, quase cinzenta, enquanto O Hobbit retrata um mundo colorido, onde magos ofuscam a tela com conjurações fluorescentes e elfos derrotam exércitos com piruetas. O Senhor dos Anéis e O Hobbit são livros com propostas diferentes, mas como uma sequência da produção anterior, era necessário que essa nova trilogia se conectasse com a adaptação original, não apenas através de referências e cenários familiares, mas com a mesma profundidade de roteiro e conceito estético. Apesar da impressionante qualidade técnica, o excesso de efeitos computadorizados resultou em algo artificial demais para não infantilizar o filme, exatamente como o próprio Peter Jackson afirmou evitar em A Sociedade do Anel

   No fim das contas, acho que Peter Jackson quis se superar outra vez, ousando com novas tecnologias – que sempre foram uma paixão sua, mas provavelmente exigiu tanta atenção que o mérito do roteiro conquistado na trilogia original acabou esquecido. Três filmes para adaptar um livro foi exagero, mas quem conhece o universo de Tolkien sabe que havia muita coisa para preencher todo esse espaço. O que aconteceu com os anéis do poder dos elfos, a natureza dos magos, Angmar e o declínio de Gondor. Inúmeras possibilidades de não apenas entrelaçar a franquia, mas explicar vários elementos importantes para um melhor entendimento da Guerra do Anel. A trilogia de O Hobbit acabou apenas esticando o livro em três partes sem adicionar alguma coisa que justificasse tudo isso.


   Coisa de fã saudoso? Talvez. Há quem tenha gostado do filme, mas de qualquer forma é pouco provável – para não dizer impossível – que uma nova adaptação dos livros de Tolkien seja feita. Não é por falta de vontade dos estúdios, mas o herdeiro responsável pelo legado de Tolkien, seu filho Christopher, detesta os filmes. Todos. Se o próprio Tolkien não tivesse vendido os direitos em vida, é provável que jamais víssemos qualquer um deles no cinema. E nesse caso nem o dinheiro de Hollywood poderia resolver o problema, pois Christopher Tolkien já deixou de falar com o próprio filho só por que ele elogiou a adaptação de O Senhor dos Anéis. Pessoalmente eu não me interesso em ver outra adaptação de Tolkien nos cinemas. Eu amei O Senhor dos Anéis, O Hobbit teve sua oportunidade e assim a narrativa da Guerra do Anel foi finalmente concluída. A verdadeira Terra-Média só existe nos livros e eles existem justamente para mergulharmos nesse universo. Enquanto isso, Hollywood terá que procurar outro anel do poder para se esconder, por que algo me diz que ele se perdeu de vez.


   No próximo post, iremos explorar melhor alguns detalhes da história de "A Batalha dos Cinco Exércitos" e explicar algumas curiosidades. Até a próxima!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Tour pela Terra-Média


    Buenas, pessoal! Dois anos após a Terra-Média voltar aos cinemas, a jornada de O Hobbit finalmente chega ao fim. Como de costume, o blog traz algumas publicações especiais sobre essa obra, e como já faz um ano desde A Desolação de Smaug, nada melhor que dar uma refrescada na memória. Confira uma seleção das publicações já feitas no blog sobre O Hobbit e O Senhor dos Anéis para entender melhor esse universo:


CURIOSIDADES



    A intriga entre as duas raças vai muito além de Erebor e a Floresta das Trevas, com origens tão intrincadas que é difícil determinar quem começou, no entanto as inscrições em élfico nos portões de Moria indicam que nem sempre foi - assim antes que algo acontecesse. Clique na imagem acima e descubra essa história.



    Aqui temos respostas para algumas coisas nos filmes e até mesmo nos livros que nem sempre são explicadas. Afinal, porque Sauron escava tanto? Por que só os Elfos podem ir para as Terras Imortais? Que lugar é esse, aliás? E por aí vai.



   Na segunda parte do post, descobrimos qual é a ligação entre a comitiva dos anões e a Sociedade do Anel, a origem das aranhas Gigantes e por que a Floresta das Trevas tem esse nome.



EXPLORANDO O HOBBIT


    Nesse post sobre o primeiro filme, nos aprofundamos um pouco mais no universo introduzido por Peter Jackson, falando mais do Conselho Branco, dos Magos e do sumiço de Radagast em O Senhor dos Anéis.


     A preocupação de Gandalf com a fortaleza de Dol Guldur ganha mais detalhes aqui, revelando as suas consequências na Guerra do Anel.


     No post dedicado ao segundo filme, falamos mais de Beorn, o troca-peles; As Aranhas Gigantes na Floresta das Trevas; Os Elfos Selvagens; Smaug e outros Dragões.


TRILHANDO A TRILOGIA DO ANEL

   Nesta série de posts, a primeira trilogia dirigida por Peter Jackson é explorada nos mínimos detalhes, preenchendo lacunas, explicando referências e revelando alguns deslizes. Neles você entenderá melhor alguns elementos e citações dos filmes, além de respostas para dúvidas que assolam até mesmo os mais familiarizados com os livros. De quebra ainda há um glossário no fim de cada post para você não se perder.



     Entenda um pouco melhor a origem do Um Anel e dos outros anéis do poder. Por que Aragorn é um guardião e algumas relações com o Hobbit no Conselho de Elrond.



    Continue a trilha pela Sociedade do Anel explorando a origem de Moria, por que só há um Balrog e como ele parou lá, além de entender um pouco mais sobre o espelho de Galadriel.



    Comece entendendo o título - que nem o próprio Tolkien tinha certeza quando escolheu - e conheça mais das outras torres citadas no filme. Conheça a história completa entre a queda de Gandalf na ponte de Khazad-dûm e seu retorno como "o Branco", além da origem de Rohan e da criação dos Orcs e Uruk-Hai.



    Aqui temos informações importantes para entender o desfecho em O Retorno do Rei: Quem são os Homens que apoiam Sauron, por que os Elfos socorrem Rohan e não Gondor, além do resultado do placar entre Legolas e Gimli na batalha de Helm.



    Se você não leu os livros ou não assistiu as versões estendidas, é uma boa oportunidade de saber o fim de Saruman ou entender o papel das Palantíri em O Senhor dos Anéis, o que era Minas Morgul antes de ser tomada pelas forças de Sauron ou de onde veio Laracna.



     Em um filme chamado "O Retorno do Rei", não é bem explicado por que Aragorn estava exilado. Eis uma chance de descobrir e entender a influência de Isildur nessa história. O retorno de Aragorn encerra o chamado "Declínio de Gondor", que também é contado aqui, como a origem do reino e seu símbolo, a Árvore Branca.

Semana que vem tem material novo sobre Tolkien e O Hobbit, um abraço!

Felipe Essy

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Vingança dos Filmes B


    O Cinema que domina as salas de exibições normalmente é algo tão super-produzido que pode ser difícil assistir pequenas produções, mas o cinema independente vem popularizando-se como uma alternativa ao publico cansado dos enlatados americanos. Surgiu então o festival A Vingança dos Filmes B, que promove a produção cinematográfica no estado e reprisa alguns clássicos do gênero.

   A quarta edição do festival retorna movimentando o cinema independente no estado e exibindo filmes que não encontram espaço nas salas de cinema comerciais, seguido de debates com diretores e outros profissionais do meio após as sessões. Apesar de apresentar um campo desconhecido pela maioria das pessoas, o festival apresenta títulos interessantes mesmo para quem não tem intimidade com produções alternativas. O festival acontece na capital entre os dias 09 e 14 de Dezembro, na Sala P.F. Gastal. A seguir, alguns destaques do festival, seguidos da programação completa:

KASSANDRA


     Após um acontecimento traumático, Kassandra perde a fala, passando a viver sozinha em um enorme apartamento, no entanto uma entidade estranha passa a assombrá-la, ao mesmo tempo que cartas de tarô aparecem misteriosamente em seu apartamento. O diretor Ulisses Costa representou a tensão da percepção silenciosa da jovem Kassandra em preto e branco, explorando o contraste das sombras incrementado pela bela trilha e efeitos de som desenvolvidos especialmente para o curta, incluindo improvisações em um piano desmantelado. A produção recebeu diversos prêmios como Melhor Filme e Direção, no Primeiro Festival de Cinema Online (DF); Melhor Direção de Arte e Trilha Sonora, pelo Cineserra (RS); E Melhor Fotografia, no 41º Festival de Cinema de Gramado, dentre outras premiações. Para aqueles interessados no curta, o super blog alimentado pela produção é uma fonte de diversão ilimitada.

11 de Dezembro - 20:00
Duração: 25 min
Direção:Ulisses da Motta Costa
Rio Grande do Sul, 2013

O ESTRIPADOR DA RUA AUGUSTA




     Para quem curte fluídos na tela e uma boa dose de humor negro, a direção assinada por Felipe Guerra e Geisla Fernandes é um prato cheio - e com tempero nacional. Ambientado na rua mais agitada de São Paulo, o curta traz uma sedutora mulher que se passa por prostituta para atrair vítimas para seu covil, onde secretamente alimenta-se do sangue delas há gerações. O que ela não previa era encontra outra figura macabra da rua Augusta: o Estripador. A produção conta com a autenticidade da ex-atriz pornô Mônica Mattos, premiada internacionalmente, que junto com o Estripador abusará do talentoso técnico em efeitos especiais Kapel Furman, que já trabalhou ao lado de nomes como Zé do Caixão. Após a exibição do curta, o diretor Felipe Guerra participará de um debate junto de outros profissionais do meio.

11 de Dezembro - 20:25*
Duração: 20 min
Direção: Felipe Guerra e Geisla Fernandes
Rio Grande do Sul/São Paulo,  2014

CONDENADOS À VIVER


    No início dos anos 90, o espanhol Joaquín Marchent realizou um dos últimos grandes western, considerado o mais violento do gênero, em que um grupo de prisioneiros são abandonados à esmo nas montanhas, acorrentados uns aos outros pelos calcanhares. Descobrindo que as correntes que os uniam era de ouro puro, inicia-se  a luta sangrenta pela posse do metal precioso, levando a ambição humana a níveis perturbadores. Os fãs do gênero e curiosos podem conferir a exibição na telona no festival.

11 de Dezembro - 16 horas
Duração: 90 min
Direção: Joaquín Marchent
Espanha, 1972

O SEGREDO DA FAMÍLIA URSO


   No curta dirigido por Cíntia Bittar, uma família está prestes encarar seus segredos quando a pequena Geórgia resolve descer ao porão de sua casa, onde ela descobre as perturbadoras experiências do regime militar sob o seu assoalho. O curta foi premiado como Melhor Curta - Juri popular pelo 10º Fantaspoa. Seleção Oficial, pelo Mórbido Film Fest (México) e Melhor Ator, pela 21ª FLVR (Argentina).

12 de Dezembro - 20:30*
Duração: 20 min
Direção: Cíntia Bittar
Santa Catarina, 2014

O CAÇADOR


    O curta dirigido pelos canoenses Taísa Marques e Rafael Duarte retratam os conflitos de um jovem caçador sozinho pela primeira vez na defesa de seu território após a morte do pai. O protagonista é interpretado por Samuel Reginatto, que buscou na sua infância interiorana em Três Coroas a essência da relação entre seu personagem e a terra, onde inclusive parte do filme foi rodado. O filme foi indicado a Melhor Curta Gaúcho no Festival de Cinema de Gramado em 2014.

12 de Dezembro - 20:45*
Duração: 20 min
Direção: Taísa Marques e Rafael Duarte
Rio Grande do Sul, 2014


Felipe Essy

* Os horários destacados são uma estimativa, com base na sequência e duração informadas na página da Sala de Cinema P.F. Gastal.

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PROGRAMAÇÃO COMPLETA

09 de Dezembro (terça-feira)

19h - Confraternização no saguão da Sala P.F.Gastal
20h – ABERTURA - SESSÃO SHORT CUTS: A Vingança da Filha de Bruce Lee (05’) (trailer raro) + Pray (15’) + Revelações de um Cineasta Canibal (15’) + Carne (20’) + Nua Por Dentro do Couro (20’). Total: 75 minutos. Após a sessão debate com o cineasta Cláudio Ellovitch.


10 de Dezembro (quarta-feira)

18h- SESSÃO SHOOT OR DIE I: Trash Vol.01 e Vol.02. Total: 50 minutos
20h- SESSÃO COMEMORATIVA 30 ANOS DE “GREMLINS” (1984 / 106’), DE JOE DANTE (Após a sessão debate com o cineasta Giordano Gio e o crítico Cristian Verardi).


11 de Dezembro (quinta-feira)

16h- SESSÃO MALDITA MATINÉE- Condenados a Viver (Condenados a Vivir), de Joaquín Luis Romero Marchent (Espanha / 1972 / 90’)
18h- SESSÃO SHOOT OR DIE II: Trash Vol.03 (25’) + Red Hookers (20’). Total: 45 minutos.
19h- Lançamento do livro Cemitério Perdido dos Filmes B: Redux, de César Almeida, e revista Hatari Nº1 (especial western).
20h- SESSÃO SHORT CUTS II: Kassandra (25’) + O Estripador da Rua Augusta (20’) + Vancouver Caliber 9 (12’) + Sexta-Feira da Paixão (12’). Total: 69 minutos. Após a sessão debate sobre cinema de gênero com Christian Caselli, César Almeida, Ulisses da Motta Costa e Felipe Guerra.


12 de Dezembro (Sexta-feira)

18h- SESSÃO SHOOT OR DIE III: Trash Vol.04 e Vol.05. Total: 50 minutos.
20h- SESSÃO SHORT CUTS III: Canibal Tropical (5’) + Eu & a Loira (12’) + Cidade Média (15’) + O Segredo da Família Urso (15’) + Caçador (20’) + Castillo Y El Armado (14’). Total: 81 minutos


13 de Dezembro (sábado)

15h- SESSÃO SHOOT OR DIE IV: O Anão (8’) + Mal Passado (20’) + Síndrome de Lobisomem (60’). Total: 88 minutos.
17h30 – SESSÃO OBSCURUM: ESPECIAL DENNISON RAMALHO- Nocturnu (11’) + Amor Só de Mãe (21’) + Ninjas (23’). Total: 55 minutos. Após a sessão debate com o cineasta Dennison Ramalho.
20h- SESSÃO AURORA -FILME SURPRESA. Após a sessão debate com os organizadores do projeto Zinematógrafo.


14 de Dezembro (domingo)

15h- SESSÃO SERRA DO MEDO: Parasitas do Lodo (26’) + A Maldição do Sanguanel (71’). Total: 97 minutos.
17h- SESSÃO FRONTEIRA DE SANGUE- Achuras 2 (60’ / Uruguai / 2013).
Após a sessão debate com o cineasta uruguaio Manuel Facal.
19h30- SESSÃO SHORT CUTS IV:
Ruído Branco (7’) + Berenice (10’) + O Carniçal (12’) + O Terno do Zé (20’) + Ia Dizer que Voltei (30’). Total: 79 minutos. Após a sessão debate com os cineastas Leandro Engelke, Vinícius Lopes e Mateus Frazão

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Da Capital à Hogwarts

    Buenas, pessoal! Pouco mais de uma semana após o Encontro de Sagas, consegui retomar o fôlego para falar um pouco de como tudo aconteceu e compartilhar essa grande experiência. Confere aí!


    A ideia surgiu ano passado entre alguns amigos que estudavam juntos, mas conforme o projeto foi exigindo mais dedicação, um a um foram deixando a iniciativa até que apenas um deles ainda cogitasse realizar o Encontro de Sagas. Foi nesse momento que eu entrei em contato com a Andrea, que ponderava se ainda iria realizar o projeto.  Conforme conversamos, as ideias ganharam fôlego e decidimos arregaçar as magas para tentar fazer o melhor possível com o pouco tempo e recursos que tínhamos. Com a colaboração de alguns amigos que também aceitaram entrar na empreitada, Márcia Peixoto e Neidson Souza, demos início aos preparativos do Encontro de Sagas.

   Não tínhamos a menor ideia do que iria acontecer. Muita gente estava empolgada com a ideia, mas sempre fica aquele receio: será que alguém vai aparecer? Para ajudar, não conseguimos folders próprios para divulgação e o jeito foi ir nas escolas de ensino médio sala por sala falar um pouco do evento. No fim apareceram várias pessoas, não uma multidão, mas um número que nos deixou satisfeito principalmente pelo envolvimento de quem participou. O mais legal foi ver que as mesmas pessoas voltavam e muitas vezes participaram de todas as atividades durante o dia. Assim além de realizar um sonho, fizemos novos amigos

Andrea Souza durante os preparativos do Encontro de Sagas
     As competições de sagas se mostraram super divertidas, como todos correndo de uma lado para o outro, quando não se atracavam para vem quem levava uma bandeira. Os desavisados que observavam aqueles adolescentes correndo desesperados de uma lado a outro do parque Tedesco ficavam intrigados, o que tornou tudo ainda mais engraçado. Obviamente teve gente de fora que não entendeu a brincadeira, mas basta dizer que houve escolas nos procurando para realizar as competições nas suas dependências e não é todo dia que esses convites acontecem.

   Quando eu planejei a oficina de cerveja amanteigada, eu não imaginei que excesso de participantes seria um problema, mas conforme o pessoal foi sabendo da ideia, comecei a cogitar fazer grandes quantidades. Várias pessoas de idades diferentes apareceram e riram bastante das minhas discussões sobre meias com a Andrea, o que disfarçou um pouco meu nervosismo. O importante foi que deu tudo certo, nos divertimos e todos puderam provar um bom copo de cerveja amanteigada direto do Três Vassouras.

Neidson Souza e Márcia Peixoto no bate-papo sobre Harry Potter.
   Os bate-papos foram sem dúvida o melhor momento do Encontro de Sagas, pois foi onde pudemos conhecer outras pessoas da nossa cidade que gostam desse assunto e trocar ideias. Discussões sobre fatos intrigantes das tramas e da simbologia nos livros renderam muito mais do que o esperado e mesmo após o anuncio do término do bate-papo, muitos continuaram ali a conversar com a gente. Foi realmente incrível e reunindo um pequeno grupo que ali estava, formamos uma equipe para discutir e organizar o evento do ano que vem. Muitas ideias pipocando e entusiasmo de todos os lados, o que de longe foi o melhor resultado dessa singela realização.

   Agradecemos imensamente o envolvimento de todos que estiveram ao nosso lado nesse Encontro de Sagas: Primeiramente à Andrea Souza, que nunca abandonou a ideia e se dedicou completamente ao projeto; Ao Maurício da La Mancha que apesar da correria, foi o mais prestativo possível; À Miriam que nos auxiliou no Qorpo Santo; Ao nosso amigo Neidson que aceitou se aventurar num bate-papo de Harry-Potter; À minha mulher Marcinha que além de fazer uma incrível fala sobre Jogos Vorazes, também me auxiliou na correria da organização; E claro a todos participantes do Encontro de Sagas. Foram dias maravilhosos, obrigado pessoal.

Felipe Essy

domingo, 17 de agosto de 2014

Cerveja Amanteigada


     Buenas, pessoal! Depois do sucesso do Encontro de Sagas, trago ao blog a receita da famosa bebida dos livros de Harry Potter, a cerveja amanteigada, que produzimos em duas oficinas durante o evento. Além de divertida, é uma receita muito simples e barata. Então pegue a varinha e aproveite!

    Se tratando de uma receita fictícia, é difícil  superar as expectativas, principalmente quando falamos de uma saga tão querida, mas eu fiquei bem satisfeito com nossos resultados. Embora não seja dito explicitamente que a bebida possuí álcool, fica entendido que haveria uma suave quantidade na bebida que embriagava elfos, mas não chegava a afetar os humanos. Pesquisando um pouco descobri que a bebida é inspirada numa receita britânica real de 1588, feita de açúcar, ovos, açúcar, nozes, cravos e manteiga, é claro. Apesar disso, resolvi procurar uma receita que não utilizasse álcool para que qualquer um pudesse participar da oficina - inclusive uma mocinha de cachinhos pretos muito simpática. Dentre muitas variações que incluíam creme de leita, sorvete e outras coisas que prometiam um ataque aos diabéticos, encontrei essa receita que deu super certo.

Para uma quantia que garanta quatro copos, você vai precisar de:

1 xícara de açúcar mascavo;
4 colheres de água;
4 colheres de essência de baunilha;
100 gramas de manteiga sem sal;
suco de 1 limão;
uma pitada de sal;
1,5 de água com gás

    Adicione o açúcar mascavo em uma panela pequena com as quatro colheres de água. Cozinhe até borbulhar, então coloque a manteiga. Não substitua por margarina, pois além do sabor, a manteiga também dá cor e consistência à bebida. Para contrastar o doce, adicione o suco de limão e uma pitada de sal. Por último, adicione quatro colheres de essência de baunilha e deixe esfriar, mas não espere demais se não o caldo irá endurecer. Para servir, coloque quatro colheres do preparo por copo e adicione água com gás. Mexa antes de beber para formar a espuma e aproveite! Para deixar a bebida mais doce, apenas adicione mais açúcar mascavo, mas cuide na dose, pois a menor adição faz muita diferença.
Espero que experimentem e tenham gostado, um abraço!

Felipe Essy