Buenas, pessoal! Desde quando eu escutava as canções dos desenhos que eu gostava em fita cassete, eu desenvolvi uma verdadeira paixão por trilhas de filmes, não somente pela qualidade da música em si, mas pela significação que ela adquire representando cenas e personagens de uma maneira que não vemos em gêneros mais populares. Eu resolvi então falar de alguns compositores de trilhas que eu gosto, confere aí!
JOHN WILLIAMS
É impossível você não conhecer um dos famosos temas criados por Williams , seja a Marcha Imperial de Darth Vader ou a inconfundível canção de Indiana Jones. Com o passar dos anos, John Williams se revelou um talento surpreendentemente para criar temas marcantes para o cinema. Você poderia se surpreender com o número de músicas dele que você conhece e não sabia.
As obras de John Williams se caracterizam por uma representação musical mais lúdica, utilizando efeitos que lembram imagens fantásticas e ou infantis, mas sem no entanto cair no caricato. Como exemplo recente disso eu posso citar a trilha de Harry Potter e a Pedra Filosofal, onde Williams constrói melodias que parecem representar a fascinação do menino bruxo que descobria Hogwarts. Nas trilhas de Star Wars nós podemos perceber alguns elementos recorrentes no trabalho de Williams, onde as canções ao mesmo tempo que trazem elementos de bandas militares aludindo ao conflito entre as duas forças da trama, também transmitem a fantasia dos novos mundos e culturas a toda hora apresentadas.
Quase sempre Williams era chamado para fazer a trilha do primeiro filme de uma saga, sendo substituído depois por outros compositores que apenas faziam variações de seus temas originais, desde o Superman de 1978 até Harry Potter. Talvez a única excessão seja os filmes de George Lucas nos quais John Williams nunca foi substituído – e pelo o que somos gratos. Williams também fez algumas outras parcerias em filme de Steven Spielberg. Curiosamente, o único compositor a dirigir uma trilha para os filmes de Superman que não utilizou o tema consagrado de Williams é o próximo trilhador:
HANS ZIMMER
Eu já falei dele algumas vezes aqui no blog e não é de hoje que eu admiro o trabalho dele. Hans Zimmer se destacou nos anos 80 por utilizar recursos eletrônicos para gerar sons peculiares em suas trilhas, até então criadas com instrumentos tradicionais da musica erudita. A assinatura musical de Zimmer é o uso de ruídos e barulhos como elementos melódicos nas canções, influenciando muitos trabalhos posteriores. Já faz quase trinta anos que Zimmer começou a trilhar esse caminho alternativo de composição no cinema, trazendo suas influências New Wave dos tempos de banda. Mesmo na atual era de acesso livre a informação, Zimmer continua a ser único em seu estilo de recriar ambientações sonoras das cenas que assistimos através de sons e melodias inusitadas.
O uso de sintetizadores e recursos eletrônicos são a marca de Hans Zimmer, mas meus discos favoritos dele são na verdade de trilhas onde são utilizados instrumentos clássicos do gênero, pois Zimmer parece ter uma sensibilidade apurada sobre a melodia. Ao mesmo tempo que explora o experimentalismo típico dos anos 70, quando começou sua carreira musical, também contém traços cativantes da simplicidade da música popular. Acho que essa minha preferência se deve ao fato de que a primeira trilha que escutei repetidamente foi O Rei Leão, em que Zimmer criou canções instrumentais mixando elementos da música africana tradicional e popular às estruturas eruditas, construído representações musicais que exploram o sombrio dos vocais graves, assim como a alegria do canto em coro. Outro trabalho de Zimmer que eu gosto muito e se consagrou nas telas foi sua trilha para Piratas do Caribe e Homem-Aranha. Seu parceiro não creditado na criação dessa trilhas e outras como Código DaVinci, Henry Jackman, também se destacou em X-Men Primeira Classe utilizando ideias desenvolvidas nos trabalhos com Zimmer.
Recentemente, Zimmer fez alguns discos de destaque mostrando que ainda é o principal nome na composição de trilhas com recursos eletrônicos. Embora eu tenha achado a trilha de Batman Dark Knight fraca em relação aos seus trabalhos anteriores, pois não é um disco que você escuta por si só, a trilha também mostrou um certo amadurecimento do compositor antecipando o que seria realizado mais tarde no incrível trabalho em O Homem de Aço. Nessa nova trilha, Zimmer não utilizou o tema original do Superman composta por John Williams e criou um novo conceito para acompanhar a nova concepção dos filmes do kryptoniano, mas não foi a primeira vez que Zimmer recriou trilhas consagradas de personagens de histórias em quadrinhos. A trilogia de Batman dirigida por Tim Burton no anos 90 contou com temas compostos por Danny Elfman, mas a proposta de Christopher Nolan para a nova produção pedia uma trilha mais sombria e urbana, um prato cheio para Zimmer, mas verdade seja dita: Não chegou aos pés do próximo compositor:
DANNY ELFMAN
Alguns compositores de trilhas acabam desenvolvendo uma parceria com diretores em vários filmes, e assim como Tim Burton sempre escala Johnny Deep, Danny Elfman também já é carta marcada no baralho. Os exemplos são intermináveis: Beetlejuice, Edward Mãos de Tesoura, O Estranho Mundo de Jack, Planeta dos Macacos, Charlie e por aí vai.
Tim Burton e Danny Elfman |
Enquanto John Williams explora o fantástico em suas trilhas, Elfman também trabalha com elementos lúdicos, mas sob perspectivas por vezes mais obscuras, como no tema de Batman para o filme de 1989. Embora a nova trilha de Zimmer para o cavaleiro das trevas tenha se adequado melhor a ideia explorada por Nolan, as canções da nova trilogia se tornaram meros planos de fundo para o clima sóbrio do herói, se tornando tão estéreis quanto alguns cenários. Já a trilha de Elfman cria temas fortes que as vezes parecem quase onomatopeias, com arranjos que lembram as quedas livres de Batman dos altos edifícios através de ascendências e cadencias que brincam com a nossa percepção. A trilha para o herói é tão marcante que ainda podemos reconhecer alguns temas das trilhas de Elfman no jogo Arkham City – falando nisso, jogos de computador são tão produzidos quanto um flime, contando com trilhas de verdade. A de Call of Duty 2: Modern Warfare, por exemplo, é assinada por Hans Zimmer.
HOWARD SHORE
Junto com a paixão por Tolkien, a trilogia de Peter Jackson em O Senhor dos Anéis me presenteou com as trilhas de Howard Shore. Um dos poucos discos de trilha que se escuta do início ao fim como se fosse uma obra independente, esse disco cativou até mesmo aqueles que não estavam muito familiarizados com trilhas, nos fazendo lembrar de cada cena que assistimos no filme enquanto a escutamos. O trabalho de Shore foi de tamanho esmero que os versos entoados pelos coros utilizavam as línguas fictícias criadas por Tolkien. Tão frutífero foi sua participação no projeto de Peter Jackson que versões extendidas das trilhas foram lançadas, seguidas de várias releituras feitas posteriormente pelo próprio compositor.
Na trilha do primeiro filme produzida para O Hobbit, Howard Shore criou um disco que faz inúmeras referências a temas das trilhas da trilogia original, auxiliando Peter Jackson na re-imersão do publico na Terra-Média depois do intervalo de dez anos. Sendo assim, nada se destacou mais que o canto entoado pelos anões em Misty Mountains, que deu vida a canção escrita por Tolkien no livro de uma forma que eu nunca imaginei que poderia ser.
Recentemente, o trabalho de Shore que mais me chamou a atenção com certeza foi a trilha de A Invenção de Hugo Cabret. O filme homenageava os filmes que marcaram os primórdios do cinema através de uma narrativa ricamente visual, precisando assim de uma trilha que salientasse os sentimentos e expressões no silêncio de cada cena. O resultado foi um filme maravilhoso e uma trilha cativante como os filmes mudos.
Eu poderia ficar aqui escrevendo por mais horas e horas sobre esse assunto que eu realmente adoro, mas o post tem que ir para o ar, então até quinta-feira e aquele abraço!
Felipe Essy
Se tem uma coisa que eu não fazia e passeia fazer depois de começar a ir ao cinema com o Felipe foi prestar atenção na trilha. Não minha gente, não é nas músicas que tocam enquanto os casais se beijam pouca antes dos créditos finais e depois ficam eternizadas nos nossos toques de celulares... trilha é muito mais do que isso. Eu chamaria Zimmer para compor a trilha do meu casamento já que o Felipe é muito fã do cara e acreditem eu ja reconheço cada um desses quatro de tanto ouvir falar deles... O post ficou muito bom e acho que todo mundo que curte cinema deveria conhecer esses maravilhosos trilhadores....
ResponderExcluirBoa definição de trilhas rsss... Por mais que eu ame o Zimmer, acho que o Howard Shore seria melhor para um casamento, afinal o Zimmer não é nada tradicional! Eles são maravilhosos e não escutarmos com atenção a trilha enquanto assistimos o filme é vê-lo pela metade. Vale a pena começar a ouvir!
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