segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Laços em Quadrinhos

      Buenas pessoal! Embora sejam histórias infantis, diferentemente das revistas mais procuradas pelos fãs do gênero, a Turma da Mônica foi a primeira produção em quadrinhos nacional a se popularizar no Brasil e é inegável que Maurício de Souza abriu portas para muita gente. Quando eu era pequeno meus tios sempre me compravam gibis e mesmo não lendo muito a Turma da Mônica eu sempre gostei das histórias do Maurício, por que mesmo sendo para crianças, de alguma forma eu me identificava com aqueles personagens que falavam do lugar que eu conhecia. Isso já faz muito tempo e desde então Maurício tentou realizar novas propostas com seus personagens dentro do cenário de produção em quadrinhos que foi se abrindo com o tempo e é sobre a mais nova delas que eu vou falar hoje, Laços:


CURIOSIDADE: O termo brasileiro "Gibi" surgiu em 1939 como título de uma revista publicada pelo Grupo Globo e acabou virando sinônimo de história em quadrinhos no Brasil. Normalmente a palavra é usada para HQs infantis, sendo as de enredos mais adultos e complexos chamadas de "Graphic Novel" pelos fãs do gênero.
     A nova proposta de Maurício foi justamente dar a outra pessoa o controle sobre seus personagens. Em 2009, foi organizado um concurso de pequenas produções inspiradas na Turma da Mônica para comemorar os 50 anos da carreira de Maurício de Souza e o trabalho dos irmãos Cafaggi chamou a atenção de Maurício, que os convidou para desenvolverem um história em quadrinhos que recontasse a origem da Turma da Mônica sob uma nova perspectiva. O resultado foi uma revista maravilhosa inspirada nos filmes infantis de companheirismo e aventura dos anos 80  com Conta Comigo e Goonies numa arte que lembra a aquarela e quadrinhos dos anos 60.


      A nova representação dos personagens convence e nos cativa logo de início. Uma menina gordinha e enfesada de vestido vermelho, uma magricela esganada, um menino que foge do banho e seu fiel companheilo, perfeitamente plausíveis num Brasil onde as crianças ainda brincavam de peão e colecionavam tampinhas de refri. Laços conta como cebolinha sai a procura de seu cachorro floquinho (aquele verde que a gente nunca sabe onde está a cabeça) que desapareceu misteriosamente, descobrindo no apoio de seus amigos durante a aventura o valor dos laços que nos envolvem um aos outros no maior clima daqueles filmes de Sessão da Tarde. Uma história divertida que mistura a nostalgia da nossa própria infância com a desses personagens, resultando numa inevitável história boa para habitar qualquer estante.

      Como é de se esperar, as quatro crianças do bairro do Limoeiro não são os únicos personagens a serem reprisados nessa nova adaptação de suas histórias e é curioso percebermos como os personagens se tornaram mais possíveis na nossa realidade, deixando na cabeça de todos que leram se o quadrinho não poderia virar um baita de um filme, mas definitivamente eu prefiro não correr o risco de ver alguém estragar essa história incrível.


        Eu fiquei sabendo desse quadrinho num podcast do Matando Robôs Gigantes (escute aqui) e eles falaram tão bem dessa revista que eu não pude deixar de conferir por mim mesmo. Já deu para ver que eu não me arrependi nem um pouco e aconselho você a fazer o mesmo, afinal não é a toa que essa semana Laços ficou entre os mais vendidos da Livraria Cultura. Confira você mesmo e envolva-se também. Um abraço!

Felipe Essy

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