Não é preciso ter um público para ser artista, mas a importância de apoio para a realização de um projeto é inestimável. Assim surgiu o Catarse que está mudando totalmente a forma de fazer e viver a arte. Entenda melhor:
O Catarse é um site de financiamento coletivo, em que um artista ou outro profissional lançam um projeto buscando patrocínio de apoiadores para a sua realização. Em contrapartida nós ganhamos "recompensas" que variam de acordo com a proposta e o valor que investimos. No financiamento de um clip, por exemplo, podemos ganhar desde um disco da banda até um show particular. Não que ideias desse tipo já não existissem, mas a popularização desse meio de patrocínio está mudando completamente o modo de desenvolver uma carreira artística, pois ao invés de se venderem para empresários, agora artistas podem se desenvolver contando apenas com seus admiradores. Vou contar minha experiência no site para exemplificar:
Eu estava ouvindo o Solomon Death, do Ron Selistre, no Soundcloud quando o disco acabou e o site começou a tocar uma banda que eu não conhecia. Eu gostei tanto que fui obrigado a ver de quem eram aquelas músicas e descobri, para meu espanto, que eram de uma banda de Porto Alegre, a Lautmusik. Procurando o disco deles para comprar, fiquei sabendo que só poderia conseguir o album se apoiasse o projeto da banda no Catarse para a produção de um clip e foi aí que conheci o site. Tinha vários valores que eu podia contribuir e cada um me dava algo diferente em retribuição, mas apoiei o projeto com o valor para receber o disco quando o prazo de arrecadação terminasse, depois só tive que imprimir o boleto como em qualquer compra pela internet e agora estou aguardando o disco que por enquanto estou escutando só pelo Soundcloud, onde tudo começou. Como você pode ver, é algo bem tranquilo e além de ser uma forma de ajudar um artista que gostamos, o Catarse representa uma nova relação entre artista e publico mais estreita, que já não se distanciam através da vitrine da televisão, mas se falam diretamente no Facebook. Veja o incrível vídeo de Amanda Palmer falando sobre essa Arte de Pedir que está ficando cada vez mais forte:
Eu estava ouvindo o Solomon Death, do Ron Selistre, no Soundcloud quando o disco acabou e o site começou a tocar uma banda que eu não conhecia. Eu gostei tanto que fui obrigado a ver de quem eram aquelas músicas e descobri, para meu espanto, que eram de uma banda de Porto Alegre, a Lautmusik. Procurando o disco deles para comprar, fiquei sabendo que só poderia conseguir o album se apoiasse o projeto da banda no Catarse para a produção de um clip e foi aí que conheci o site. Tinha vários valores que eu podia contribuir e cada um me dava algo diferente em retribuição, mas apoiei o projeto com o valor para receber o disco quando o prazo de arrecadação terminasse, depois só tive que imprimir o boleto como em qualquer compra pela internet e agora estou aguardando o disco que por enquanto estou escutando só pelo Soundcloud, onde tudo começou. Como você pode ver, é algo bem tranquilo e além de ser uma forma de ajudar um artista que gostamos, o Catarse representa uma nova relação entre artista e publico mais estreita, que já não se distanciam através da vitrine da televisão, mas se falam diretamente no Facebook. Veja o incrível vídeo de Amanda Palmer falando sobre essa Arte de Pedir que está ficando cada vez mais forte:
Para aqueles que apenas olham para os artistas da TV e só assistem mega shows no meio de uma multidão que nunca se viu, talvez isso não faça muito sentido, mas Amanda Palmer falou de algo muito comum nos bares, onde você conversa com a banda que acabou de tocar na fila do banheiro. Esse contato estreito costuma gerar boas amizades que não raras vezes rendem uma cerveja ou até uma hospedagem de emergência num sofá amigo, inclusive na nossa terrinha:
Babi Jaques e os Sicilianos é uma banda incrível de Pernambuco que já citei algumas vezes aqui no blog. Eu conheci eles na Moenda há uns dois anos atrás durante uma apresentação e passei a acompanhá-los pela internet desde então, principalmente fazendo o contante comentário: "Voltem aqui para o Sul!". Foi então que há alguns meses atrás o baterista Barros me deixou um recado perguntando se eu conseguiria arrumar pouso para a banda. É incrível saber o quanto você pode apoiar artistas que você gosta, mas o mais surpreende foi descobrir que muitas pessoas também estavam dispostas a ajudá-los, mesmo não conhecendo bem a banda. O nosso anfitrião do Meia Meia 2 Lagarto acabou acolhendo a Babi Jaques e os Sicilianos como nos anos anteriores, mas ficou essa sensação boa de como as pessoas acolhem e apoiam aqueles artistas com quem tem contato, seja uma banda da sua cidade ou aquela lá de longe com quem você sempre conversa pelo Face.
Passagem da banda por Santo Antônio no Meia Meia 2 e no Chimarrão Radioativo. |
A Babi Jaques e os Sicilianos não possuem um projeto no Catarse, mas o que eu estou tentando dizer com esse pequeno causo é exemplificar um pouco o que o Catarse significa: É mais do que apenas comprar um ingresso de um filme para que ele seja filmado, é o que sentimos quando ficamos cantando no banheiro e nosso vizinho nos dá um microfone.
APAGÃO - CIDADE SEM LEI/LUZ
Criada por Raphael Fernandes, editor da revista MAD aqui no Brasil, essa história em quadrinhos conta oque aconteceu depois do dia em que a luz de São Paulo acabou misteriosamente e, visto que ela não voltaria, o caos tomou conta deixando para as gangues dominarem a selva de pedra e é nela que um rapaz se envolve na profecia de consertar esse futuro pós-apocalíptico. O projeto também conta com a participação musical do porto alegrense Ron Selistre e busca financiar o primeiro volume que alcançou quase o dobro da meta, tendo seu lançamento em breve. Apagão - Cidade Sem Lei/Luz.
PEDAÇOS
Algumas histórias intrigantes nos assustam ao mesmo tempo que nos fascinam. Mesmo o interesse pelo oculto ser universal, filmes de terror nunca foram um produto tipicamente nacional com exceção de Zé do Caixão, que já está quase dando jus ao nome. Cheios de vontade e ideias, a produtora Nomades e a empresa Nurder FX uniram esforços para trazer das sombras esse projeto cem por cento brasileiro sobre um artista plástico atormentado pela perda de sua esposa que pouco a pouco passa a enxergar as pessoas com meros corpos, mas sempre imperfeitos até que lhe veio à mente a ideia óbvia: criar sua própria mulher - mas perfeita, através de uma construção artística de sangue e carne. O projeto é tão bacana que o ator Carmo Dalla Vecchia, no papel do assassino, abriu mão da remuneração para investir no projeto, assim como todo o elenco, produtora e colaboradores. Infelizmente o projeto não atingiu sua meta, mas eu sinceramente espero que ele volte a aparecer - e no cinema. Dê uma olhada: Pedaços.
VOTU - O DEMÔNIO DA AMAZÔNIA
“Na majestosa e misteriosa Amazônia, habita um ser fantástico, tão grande quanto uma árvore e com a força de dez homens. Segundo conta uma lenda local, a criatura, conhecida como Votu (Vento em tupi-guarani), emerge das densas matas para punir severamente aqueles que de alguma forma prejudicam a fauna e a flora”.
Essa é a essência do personagem central da história em quadrinhos do jornalista carioca Mario Cavalcante e Leo Silva. Além de explorar a história da criatura como se fosse parte do folclore amazonense, Mario também aborda temas atuais numa arte muito interessante desenvolvida por Pedro Elefante, em que o corpo de Votu parece se misturar à floresta, tornando o demônio da amazônia como um aterrorizante espírito vingativo da floresta. Vale a pena conferir o projeto: Votu - O Demônio da Amazônia.
TUGBOAT - LAUTMUSIK
Já citados aqui no blog em 5 Bandas Que Você Precisa Ouvir, a Lautmusik é um grupo de POA que mistura o pós-punk com tudo de bom que um pouco de pop oitentista pode oferecer, mas sem perder sua essência musicalmente transgressora. Conquistando cada vez mais seu espaço, a Lautmusik está buscando o financiamento do seu segundo clipe, o Tugboat. Em contra-partida, quem contribui para o projeto do grupo irá receber o disco Lost in the Tropics, que aliás é a única forma de obter o album. Felizmente a meta foi ultrapassada com louvor e você pode ajudar a melhorar esse trabalho apoiando a Lautmusik: Clipe Tugboat - Lautmusik.
CUECAS POR CIMA DAS CALÇAS
O nome resume bem a ideia do cartunista Rafael Koff em satirizar o universo dos super-heróis Marvel e DC, em que não falta um bom motivo para fazer piada, ou afinal você nunca se perguntou por que o Tocha-Humana se da o trabalho de acender a luz? Tá, péssimo exemplo, mas você entendeu o espírito da coisa. O projeto custeará a produção do livro com 100 páginas coloridas que você pode ganhar com contribuições a partir de módicos 20 pila. Dá uma olhada: Cuecas por Cima das Calças.
Pois é, minha gente. Eu fiz esse post para mostrar o quanto ideias de pessoas que estão bem perto de nós podem crescer se dermos uma força e tudo de bom que pode resultar disso. Semana que quem tem mais, um abraço!
Felipe Essy
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