De Quem é o Poder

Gravar músicas, produzir filmes e criar programas são empreendimentos muito caros e nada fáceis de realizar. Quem os faz tem o direito a ter o poder sobre o uso desses produtos, mas acho que artistas e indústria já viram o suficiente para ver que o compartilhamento de informação e cultura não compromete a existência do artista nem da indústria, pelo contrário, expande seu alcance e consolida sua imagem. Sendo assim, eu acredito que os próprios autores e produtores deveriam disponibilizar livros, discos e filmes para compartilhamento, mesmo que com restrições, para que todos pudessem contemplar seu trabalho.

O fechamento do site de hospedagem Megaupload pela acusação de pirataria não representa uma censura ou ataque à liberdade de expressão em si, mas ao acesso a informação. É importante notar a diferença entre essas duas ideias, pois tem muita gente se confundindo. O verdadeiro problema nisso não é o fechamento do Megaupload, mas sim os projetos americanos nos quais essa ação foi baseada (o SOPA e o PIPA), pois eles são tao abrangentes em relação as restrições e tão problemáticos no compartilhamento internacional via internet que comprometem praticamente todos sites que existem, incluindo aqueles dos quais já estamos dependentes no cotidiano virtual.

Mesmo não sendo o que me faria mais feliz, eu apoio leis que restrinjam o compartilhamento não autorizado de dados, pois os autores tem o direito sobre suas criações assim como você tem sobre o que produz ou até mesmo sobre sua imagem, mas eu sou totalmente contra ações extremistas e equivocadas que além de não resolver o problema, criam outros como é o caso desses dois projetos.

Concluo dizendo que a melhor solução em relação a pirataria não está nas mãos do governo, nem nas do cidadão comum, mas sim nas mãos dos artistas e indústria que tem o poder de decidir sobre o que fazem.


F. Essy

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