Buenas, pessoal! Nunca se imaginou que super-heróis de histórias em quadrinhos seriam tão populares como hoje, mas enquanto a Marvel cresce cada vez mais, sua principal arqui-inimiga continua a andar na beira do precipício não sabendo se voa ou se atira.Pensando nisso, o post de hoje fala como a DC se perdeu nesse novo movimento e o que podemos esperar dela daqui por diante.
O modo de fazer cinema mudou. Filmes, não são mais feitos para vender ingressos, mas para estampar copos, mochilas escolares e nomear promoções de salgadinho, mas o que era uma coisa voltada para um publico infantil, hoje se tornou algo muito mais abrangente graças a enorme popularidade dos super-heróis de histórias em quadrinhos que levam desde crianças de cabelo cogumelo até marmanjos de camiseta de banda aos cinemas, não raro gastando mais de quinze reais em combos de pipoca e bebidas para levar a cara de seu personagem favorito para casa impressa num balde de papel, provavelmente da editora que domina o mercado dos super-heróis: A Marvel.
Conhecida como a "casa das ideias", a Marvel sempre se destacou desde quando se voltava apenas para seus quadrinhos e desenhos animados, mas até aí a principal concorrente, a Detective Comics não ficava muito atrás, muito pelo contrário: A DC foi a líder em adaptação de histórias em quadrinhos desde o estrondoso sucesso de Superman de Christopher Reeves em 1978, lançando um filme de dois em dois anos, incluindo os famosos Batman de Tim Burton. Já a Marvel continuou na sua até que resultado positivo de Blade (1998) deu margem para que X-Men fosse adaptada por Bryan Singer em 2000 mudando a forma de fazer filmes de super-heróis e inaugurando um movimento cinematográfico que se estende até hoje: Trocando a cor berrante do uniforme comum de todo super-herói para a discrição mais moderna dos trajes pretos, o filme utilizou personagens infantis para construir uma história moderadamente madura que interessou adolescentes mais velhos ao mesmo tempo que continuou a cativar as crianças, sendo a formula comercial perfeita para renovar o cinema e abrir um campo novo para as futuras produções explorarem. Foi nesse momento que a DC perdeu seu lugar a Marvel expandiu-se numa explosão, tornando-se muito mais que uma editora de histórias em quadrinhos, mas uma verdadeira empresa. Para quem lembra da DC antes de X-Men, parece estanho uma editora com personagens tão amados durante uma época ter ficado para trás desse jeito, mas se virmos a filmografia da editora podemos compreender melhor como isso aconteceu.
Dois anos depois de X-Men, a Marvel já começava a produzir dois filmes por ano mesmo antes da sequência de seu primeiro sucesso e cada vez mais personagens da editora passaram a dividir o ano nas estreias, porém o mesmo não aconteceu com a DC: Sem nenhuma produção desde o indiferente Batman & Robin de 1997, a editora resolveu se arriscar com o fracassado Mulher Gato (2004) de Halle Berry que intimidou a empresa a investir além de um filme por ano como a concorrente que já dava início a terceira sequência de um de seus filmes quando Batman Begins salvou o futuro cinematográfico da editora em 2005. De alguma forma, a DC não soube adaptar seus personagens com a mesma maturidade que a sua concorrente, caindo no caricato sempre que tentava fazer algo mais popular entre o publico mais jovem e, percebendo que produções mais adultas como The Dark Knight e Watchmen estavam sendo seu único acerto, decidiu abraçar de vez a ideia com Homem de Aço, feito para o publico que não comprava copos, mas lia os quadrinhos e já estava cansado de Vingadores.
Aparentemente a DC percebeu que não pode ser a Marvel e vai tentar trilhar outro caminho para sobreviver na era de adaptações, no entanto está claro que falta à DC algo que é essencial para uma empresa artística crescer e principalmente se desenvolver: Saber lidar com seu publico, e quando digo publico, quero dizer clientes, por que hoje em dia tanto uma quanto a outra são muito mais que editoras, são empresas bilionárias. Enquanto a Marvel parece fazer de tudo para agradar os fãs, a DC se distancia cada vez mais, chegando até mesmo a fechar sessões de resposta aos leitores por não saber lidar com as especulações mais ácidas dos fãs. Sem comunicação, não há diálogo e não tem como vender um produto se você não conhece, ou pior, não aceita seu publico. Sendo assim, o futuro da DC estará constantemente comprometido enquanto ela continuar com medo de ousar, mas principalmente com o medo de admitir seus erros. Somente quando a DC enfrentar o medo, ela poderá usar seus anéis de lanterna verde e parar de se esconder atrás de uma máscara de morcego.
Felipe Essy
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