quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Homem Sem a Máscara de Ferro


ATENÇÃO: O texto abaixo contém algumas revelações sobre o enredo do filme

       No final de Homem de Ferro 3, ouvimos a marcante frase que também encerrou o primeiro filme e resume a essência dessa nova produção: “Eu sou o Homem de Ferro”. O personagem de Robert Downey Jr cativou massas de telespectadores que assistiram sua interpretação no primeiro filme em 2008, gerando uma daquelas “febres”. Só se falava no homem de ferro e os estúdios se convenceram de que era isso que as pessoas queriam ver numa nova sequencia: o homem de ferro, mas eles se esqueceram de que nem sempre as pessoas se dão conta do que as fez realmente gostar de um personagem e é isso que separa o fracasso de segundo filme com o sucesso do terceiro.


       No primeiro filme, como bem sabemos, conhecemos o gênio arrogantemente inconsequente Tony Stark que se vê numa encruzilhada moral depois de descobrir que suas invenções estão sendo usadas indiscriminadamente para patrocinar uma guerra dos dois lados. As piadas e o estilo do personagem são um charme, é claro, mas o que torna Tony Stark um herói é como ele lida com esse tipo de situação que bota em cheque as limitações da sua personalidade egocêntrica e não sua armadura toda poderosa que é apenas um resultado disso. Em 2010, o segundo filme mostrou apenas a armadura do Homem de Ferro em combate e não os conflitos do indivíduo dentro dela, resultando num filme de ação fraco e que não adicionou nada ao personagem. Felizmente a produção percebeu a mancada e resgatou os elementos que tornaram o Homem de Ferro o sucesso que possibilitou o projeto Vingadores e todos os outros realizados por causa dele.


       Nessa nova adaptação para o cinema, novamente o personagem enfrenta um fantasma de seu passado errante, mas dessa vez ele vai ao fundo do poço por erros que ele comete durante a história e não por uma “dívida moral” de eventos anteriores como no segundo filme. Depois de bancar o comediante nos Vingadores, o personagem tropeça na própria arrogância e se debate até perceber que não pode fazer tudo o que quer apenas por que foi considerado um herói e aos poucos percebemos que seu verdadeiro desafio na história não é criar uma armadura ainda mais poderosa que a anterior ou ter ideias mirabolantes para derrotar o vilão, mas lutar contra seus próprios defeitos para ser um homem bom o suficiente para ser um herói com ou sem uma máscara de ferro.

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