segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vingadores: Um Pouco Além da Tela



Buenas, pessoal! Semana passada assisti Os Vingadores assim como muita gente e fiquei com algumas dúvidas, então resolvi fazer uma pequena pesquisa já que eu não tinha lido os quadrinhos. Achei interessante compartilhar algumas coisas com vocês, mas deixo avisado que esse texto contém muitos spoilers (revelações importantes sobre o enredo). O que é aquele cubo azul? Por que o Hulk se descontrola no começo e se controla depois? Qual o segredo da Viúva Negra? Quem será o vilão do próximo filme? Qual é a cena que não foi exibida no Brasil? Se você tem uma dessas dúvidas ou ficou curioso então leia o texto abaixo e aproveite a viagem.

OBS: Como o texto é grande, eu separei por sessões.

1 O TESSERACT

                Não da para começar esse texto sem falar no maldito Tesseract, o cubo azul. O que é aquilo afinal? Sinto informar que não há uma resposta muito boa para isso, por que esse objeto aparece inúmeras vezes nas histórias em quadrinhos com diversas origens e poderes diferentes, por isso vou falar apenas duas coisas sobre ele: No filme o cubo basicamente é uma fonte de poder ilimitada e que é chamada de Tesseract por que esse é um nome cientificamente mais correto, pois salienta muito a forma de quatro dimensões do objeto, algo real, físico, etc. Outra coisa sobre o Tesseract é que ele NÃO foi criado por Odin, o pai de Thor, ele foi adquirido por Odin assim como várias outras civilizações. Falando nisso, vamos à parte dos deuses.

2 DEUSES FRANZINOS
                 Como é muito bem explicado no filme do Thor, existem vários mundos (não necessariamente planetas), dentre eles a Terra, Midgard, e o reino imediatamente superior, Asgard. Causou uma certa estranheza o fato de Thor ser um deus e não vencer a luta com os outros Vingadores, mas dentre as milhares de coisas que poderiam ser discutidas sobre a cena o fato é que foi necessário nivelar o Thor para que o personagem não ficasse desproporcional em relação aos outros no grupo.


                 Muita gente também reclamou que o Loki foi um vilão fraco para o filme, tanto em importância quanto em poder. Realmente o filme dos Vingadores acaba deixando de aprofundar o personagem por acreditar que já havia sido bem apresentado antes e se esquece da importância de lembrar ao espectador que o poder de Loki não é a força, mas sim a inteligência. Isso acaba enfraquecendo o filme, pois um vilão entre personagens tão ricos não deveria ter deixado de ser mais desenvolvido para que a importância da sua ameaça fosse justificável.

3 HULK DOMADO?

                O Hulk é algo muito interessante do filme. Na minha opinião essa foi a melhor interpretação já feita do personagem, por que em nenhum outro filme ficava tão clara a perturbação do doutor Banner pela sua condição, por que o Hulk é exatamente isso: um homem deslocado por ser um perigo iminente. Daí vem aquela pergunta: por que num momento ele se descontrola e se em outro se controla? Na verdade é o seguinte: Na cena anterior a primeira transformação do Hulk, acontece uma discussão entre os Vingadores motivada pelo cetro de Loki que tem o poder exclusivo de controlar a mente das pessoas (apesar daqueles raiozinhos do começo do filme). O Hulk perde totalmente o controle por isso, por que houve uma interferência, já na segunda vez ele entra em fúria por vontade própria por que já não havia mais aquela interferência externa, no entanto ele não se controla por que o Doutor Banner tem influência sobre o Hulk, mas não o suficiente para controlá-lo.

4 O PASSADO DA VIÚVA NEGRA

                Quem temos depois? Nossa femme fatale, a Viúva Negra.  O que me leva a falar da personagem é o diálogo dela com Loki em que ele diz algumas frases descontextualizadas  sobre o passado da Viúva Negra citando um incêndio, um hospital, São Paulo (no Brasil?) e um passado sangrento que parece ser uma motivação para a viúva integrar a SHIELD. Pelo o que eu pesquisei, o hospital e o incêndio parecem ser eventos diferentes: quando era criança, Natasha Romanoff (nome original da personagem) morava na Rússia e sua casa foi atacada por nazistas. A casa pegou fogo e para salvar a vida de Natasha, sua mãe a atirou pela janela para um soldado russo que a salvou. Daí a história do incêndio.


                A dívida sangrenta provavelmente se refere ao seu trabalho sujo de espiã e assassina para a União Soviética antes de integrar a SHIELD. Aqui também pode-se esclarecer outra coisa: a Viúva Negra tem superpoderes. Tem? Sim, ela tem. Junto com outras órfãs ela participou do programa militar Viúva Negra, em que sofreu um aprimoramento semelhante ao do Capitão América, mas em menor escala e ao qual se atribuí além de suas habilidades também sua juventude prolongada, afinal sua existência data de antes de 1940 nos quadrinhos. Sobre São Paulo e o Hospital eu ainda não tenho a menor ideia. 

5 QUEM APARECE NA PRIMEIRA CENA PÓS-CRÉDITOS

                Faltou alguma coisa? Sim, muita coisa, mas eu só vou falar sobre mais duas: as duas cenas pós-créditos. Se você só assistiu uma delas no cinema, não se culpe por isso, por que a segunda cena não foi exibida no Brasil, o porquê eu não sei, mas vamos à primeira: Nela, aparece o provável vilão do próximo filme, Thanos. Ele é um titã, raça que deu origem aos deuses segundo a mitologia grega. Teoricamente Thanos é de uma raça superior a de Thor e seu povo, o que o torna um adversário terrível. No filme dos Vingadores, Loki recebe de uma criatura alienígena um cetro que ela diz ser um presente de alguém chamado Ele. Esse Ele é Thanos. Nos quadrinhos, o titã é apaixonado pela deusa da morte que pede a ele que mate metade dos seres que vivem no universo. Thanos então reúne as seis jóias espirituais (incluindo a azul que está no cetro de Loki) e forja a Manopla do Infinito que lhe confere o controle sobre as habilidades das seis pedras: o espaço, o tempo, a mente, o poder, o espírito e a realidade. Impedir Thanos é a missão dos Vingadores para o próximo filme.

6 A SEGUNDA CENA PÓS-CRÉDITOS

   
A cena que não foi exibida no Brasil foi algo bem menos épico: Lembra que após a batalha o Homem de Ferro caído no chão fala sobre um lugar onde fazem um molho chamado Shawarma? Pois é, depois do convite ser recusado Tony Stark disse que eles deveriam ir depois. A cena após os créditos mostra todos os Vingadores comendo hambúrgueres com o tal do molho sem trocarem uma palavra. Eis o majestoso final do filme que o Brasil não viu. Todos os vídeos que eu procurei no Youtube da cena foram deletados, mas felizmente encontrei esse aqui que você pode ver clicando aqui e que no final até mostra como fazer o molho.


Bem pessoal, tentei dar a melhor explicação possível sem escrever muito, espero que tenham gostado. Em breve algumas novidades no blog e um pouco mais. Um abraço!

F. Essy

sábado, 5 de maio de 2012

Schmecken


Bom dia, caro leitor. Novamente atrasei as postagens durante quase um mês, mas dentre todas desculpas que eu poderia dar e que não são verdade , darei a única que justifica, mas que tu não entenderá muito bem. Ultimamente tenho me dedicado em dobro nas minhas atividades por motivos que em breve tu ficarás sabendo. Até esse bendito momento, te consolo com esse pequeno schmecken* da postagem logo abaixo: um novo capítulo de Minha Vida Crônica. Ergam os talheres e sirvam-se! Um abraço.


F. Essy

* Schmecken: "amostra" em alemão.

Minha Vida Crônica VII


Era mais um dia de trabalho e menos um da minha vida. Saí de casa com aquela sensação estranha de quando se acorda cedo. Cheguei na frente da loja e iniciei a cadeia de eventos: desliguei o alarme, forcei a grade enferrujada e desfiz as duas voltas de chave que eu tinha feito ontem na porta. Parecia que eu entrava numa prisão e meus devaneios acorrentados me observavam dos cantos e sombras. Por fim liguei as luzes raquíticas e sentei atrás do balcão para me convencer que eu não estava mais na minha cama. Definitivamente eu não estava.
A decadência daquela loja só me fazia ter mais certeza da minha. Eu não sabia fazer nada nem pretendia qualquer coisa que me levasse para algum lugar, por isso eu estava ali no fundo da piscina olhando para cima. Não é surpreendente que eu estava trabalhando ali, o cara mais ou menos da loja mais ou menos.  Isso até que dava um bom slogan, mas acho que não ganharíamos muito com isso. Levantei e peguei a vassoura para arejar a cabeça, por que mente cheia é sinal de mão desocupada. Varri um pouco, mas logo os pensamentos emergiram do chão como o pó que eu levava até a calçada e resolvi parar para contemplar a falta de movimento na rua. Apoiado sobre a vassoura, vi que uma mulher fazia o mesmo ali perto.  Estava de avental na frente do restaurante ao lado, trabalhava lá decerto.  Não pensei em desviar o olhar por que minha discrição ainda não estava funcionando, mas o senso de percepção dela também não parecia estar a todo vapor.  A moça deu as costas para a rua e entrou no restaurante.
Não era nada demais, mas fiquei pensando quem era. Ainda me surpreendo quando vejo alguém em São Bernardo que eu ainda não conheça, mas quanto mais o tempo passa, mais gente nova aparece.  Resolvi então dar uma olhada ao redor: já tinha fila para o barbeiro careca, o cara do sorvete esperava sentado pelos clientes e eu ali matando meu serviço. Eu trabalhava ali há dois anos e nunca tinha puxado conversa com ninguém, não sabia nem o nome deles. Foi então que vi o velho do carrinho. Ele sempre passava por ali, catando latinhas e papel com aqueles carrinhos de supermercado. De fato era muito simpático, sempre vinha me perguntar no fim da tarde se tinha algo para ele e eu arranhava alguma coisa. Bem, pelo menos eu conversava com alguém dali pelo menos.
Então me dei conta de que eu não sabia o nome do velho. Não se pode dizer que é amigo de alguém que não se sabe nem o nome. Eis a missão: saber quem era o velhinho afinal, mas eu ia perguntar assim? Não, não sei... Bem, eu não ia morrer por isso, então não custava perguntar. No fim da tarde, ele veio. Parou o carrinho do lado da porta da loja e entrou:

"Opa!" Saudou ele de seu modo tradicional.
"Iêp!" Respondi e só para esclarecer: ao vivo isso não é tão bizarro.
"Tem alguma coisa pra mim hoje?" Perguntou ele na sua voz de cigarro.
"Tem, tem... umas sobras de papel de presente. Qual é teu nome mesmo?” Disse eu disfarçando quando a pergunta arranhou minha garganta.
"Nico, é Nico" Disse entusiasmado por saber a resposta.
"Tá aqui, seu Nico." Sorri como quem comemora atrás dos dentes.
"Brigado, moço." Ele se virou e foi até a porta, mas de repente parou. Se voltou para mim e perguntou:
"Qual é teu nome, moço?"
"É Rafael..."
"Ah ta, brigado Rafael."
"Tchau!" Falei, pensando nas perguntas que se multiplicam até tornarem-se resposta.




F. Essy