terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Presente.

Quando criança, fui vizinho da minha avó durante muitos anos. Muitas tardes eu passei naquela casa que cheirava ao passado, com móveis pitorescos e objetos muito mais velhos do que eu. Também ouvi histórias de outras décadas e palavras de uma língua de imigrantes. O passado esteve presente no meu cotidiano como um parente que mora pertinho de casa e isso me fez amá-lo como um. Minha avó já se foi, mas o passado continua lá naquela casa e vez que outra eu vou lá para conversar e lembrar dos que amei e imaginar o que eu não vi. É algo interessante conversar com o passado.

Ironicamente não quero ser saudosista nesse texto, mas ninguém mais conhece o passado. Crianças crescem sem um armário velho cheio de objetos e fotos velhas para tentar desvendar seus mistérios. Casas antigas são demolidas como indigentes e ninguém mais liga de onde veio sua gente. Essa é a verdadeira razão da falta de romantismo e indiferença das pessoas atualmente, a falta de contato com o passado. Os velhos tempos não eram bons e como disse um homem sabido: Se você sente falta do passado, é por que você não o viveu. O novo é sempre melhor e definitivamente não tenho saudade de quando a informação era comprada e os sonhos subjulgados, mas quero o passado mais presente, pois se não lembrarmos do passado, corremos o risco de cometer os mesmo erros. E cometemos. Feliz Natal.


F. Essy

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