Ultimamente eu tenho tido pouco tempo para gastar lagarteando na internet, mas sempre que eu entro, brotam milhares de referências a vídeos que bombam numa semana e somem na outra. Embora eu ame Cinema, eu nunca me seduzi por essa coisa de canais ou vlogs. Não tenho paciência, prefiro podcasts de áudio que me permitem fazer outra coisa enquanto escuto. De vez em quando eu tenho a infeliz ideia de dar uma olhada em algum vídeo que compartilham e eis que eu vejo cenas totalmente idiotas. Não aquela coisa idiota que te faz rir, mas simplesmente sem a menor razão para ter sido filmada e muito menos divulgada. No fim das contas minha única reação é ficar perguntando quem tem mais problemas, quem postou o vídeo ou quem compartilhou.
Se você é uma dessas pessoas que sabe o que é Lek Lek ou qual é a moral do cara da Sopa (eu não sei e não quero saber), você deve estar achando que eu estou exagerando – para não dizer pior, mas caso você não tenha percebido, parece que voltamos à sociedade do espetáculo, onde as pessoas, conformadas com sua condição, gastam seu tempo rindo de outras pessoas em situações constrangedoras e ás vezes humilhantes. Foi se o tempo de reality show, agora o espetáculo realmente é real e o problema também. Estou lendo Jogos Vorazes e estou cada vez mais surpreso com a maturidade da história que fala justamente disso, do absurdo de usar as pessoas como entretenimento.
Não sou contra ver vídeos, muito menos contra a comédia. Adoro os vídeos do Felipe Neto e do pessoal do Jovem Nerd, mas creio que há um limite entre o humor inteligente e o entretenimento canibal. Sim, pois gente consumindo a desgraça dos outros para mim é isso e os ofendidos que me perdoem.
F. Essy
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